GTec - Newsletter - 05.05
Newsletter quinzenal do Grupo de Estudos em Filosofia e História da Técnica
Olá, pessoal, esta é a mais nova edição da newsletter do GTec. Nela, divulgaremos o próximo encontro, dedicado à leitura do último romance de Kim Stanley Robinson e traremos notícias de publicações e eventos do mundo da reflexão sobre a técnica.
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Próximo encontro
Nosso próximo encontro será na quarta-feira, 14/04, às 18h. O evento já foi criado no Facebook e está disponível no seguinte link. Lembrando que o link para a reunião estará disponível no site da APPH logo antes do encontro.
Seguindo uma proposta elaborada na virada do último ano, teremos nosso segundo encontro dedicado à leitura de uma obra de ficção. Após lermos Estrela Vermelha, de Aleksandr Bogdánov, agora leremos The Ministry for the Future, de Kim Stanley Robinson.
Último romance do escritor norte-americano, The Ministry for the Future imagina a criação, num futuro próximo, de um órgão dedicado a defender e representar os interesses das pessoas do futuro, isto é, humanos e não-humanos que ainda não nasceram mas que serão impactados pelas decisões do presente.
Começando com uma devastadora descrição de uma onda de calor na região central da Índia, o livro intercala a experiência e as opiniões de diferentes personagens conforme buscam responder às perguntas acerca do papel que as ações do presente terão sobre o futuro, quais os tipos de imaginação política necessários para alterar a situação atual e se o recurso à violência é justificado do ponto de vista do futuro. Com sua habitual maestria, Robinson tece o drama social e humano no qual se entrelaçam política, economia, cultura e tecnologia num todo complexo.
O livro está disponível na pasta do GTec no Google Drive em formato .epub.
Kim Stanley Robinson
Nascido em 1952, PhD em literatura comparada sob orientação de Fredric Jameson com um trabalho acerca de Philip K. Dick e residente há muitas décadas na Califórnia, cenário de muitos de seus livros, Kim Stanley Robinson é conhecido por combinar amplo conhecimento técnico e científico em áreas diversas com as discussões sobre ambientalismo e sobre sistemas políticos alternativos, na maioria das vezes próximos do anarquismo. Em matéria da New Yorker de 2013, Robinson foi chamado de “nosso maior romancista político”, sendo descrito como um dos poucos autores da literatura norte-americana que trata das grandes questões, como a mudança climática e o impacto da atuação humana sobre a Terra.
Sobre The Ministry for the Future, lançado em outubro do ano passado, deixamos como referências duas ótimas resenhas críticas que discutem o livro profundamente. A primeira, “It's Not Science Fiction”, por Bill McKibben, foi publicada na New York Review of Books, enquanto a segunda, “Of Course They Would Know”, foi assinada por Gerry Canavan para a Los Angeles Review of Books. Ambas as resenhas são belas introduções às principais temáticas abordadas por Robinson não apenas em sua última obra, mas também ao longo de sua trajetória.
Outras referências
E o tão esperado diálogo entre Yuk Hui e Eduardo Viveiros de Castro, entre cosmotécnica e giro ontológico, finalmente aconteceu. No periódico Philosophy Today, os dois autores se engajaram numa conversa onde apresentam seus pontos de vista, as aproximações e as diferenças entre os dois projetos.
Nosso colega Vinicius Portella participou do eixo “Pensamentos contemporâneos e Mundo Digital”, do II HDRio, encontro de humanidades digitais organizado pela Fundação Getúlio Vargas. Em sua fala, intitulada “Cibernética e controle: do paradigma militar ao circuito corporativo”, ele discutiu alguns vícios de origem da cibernética em sua relação com a política e o problema dos futuros imaginados a partir dessa concepção técnico-filosófica. Vale a pena conferir também as outras meses do encontro, disponíveis no canal do YouTube do evento.
Os amigos do BaixaCultura realizarão na quinta-feira, 06/05, às 19h, uma conversa sobre ciberfeminismo por ocasião do lançamento da coletânea Ciberfeminismo 3.0, organizada pelo Grupo de Pesquisa em Gênero, Tecnologias Digitais e Cultura - Gig@ -, sediado na UFBA. A conversa contará com Graciela Natansohn, coordenadora do Gig@, e destacará alguns dos conceitos e temas principais do livro, principalmente na intersecção entre corpo, gênero e tecnologia. A conversa ocorrerá no canal de YouTube do Baixa Cultura, enquanto a coletânea Ciberfeminismo 3.0 está disponível para download no site do Gig@.
Ainda na temática do ciberfeminismo, há poucos dias, foi lançado o filme Sisters With Transistors, que resgata a figura de mulheres pioneiras na música eletrônica. Dirigido por Lisa Rovner e narrado por Laurie Anderson, o filme parte de Clara Rockmore e Daphne Oram até Suzanne Ciani e Laurie Spiegel, entre outras, trazendo depoimentos sobre a relação dessas artistas com os sintetizadores. Em especial, destaca-se a inversão de lugares-comuns associado com as máquinas de uma perspectiva masculinista, principalmente sua distância, objetividade e frieza; com isso, o documentário destaca como essas artistas, através dos sintetizadores, encontraram novas formas de expressão junto a esses aparelhos. O filme estará disponível para assistir on-demand no Metrograph a partir do dia 8, também acessível via o site da WFMU, rádio freeform de Nova York.
Lembrando que o Brasil também tem parte nessa história, ainda que não abordada no documentário, com a figura de Jocy de Oliveira, compositora de música eletroacústica com inserções na música eletrônica experimental e, nos anos recentes, usos inovadores da voz e da ópera como gênero. Em julho do ano passado, a revista Concerto fez uma extensa entrevista com a compositora, enquanto o Theatro Municipal de São Paulo apresentou parte da obra recente da compositora e discutiu sua importância em episódio da série Novos Modernistas, disponível no canal de YouTube da instituição. Fica também o link para Estórias para voz, instrumentos acústicos e eletrônicos, de 1981, gravação mais conhecida da compositora.
A imagem do card de divulgação do encontro apresenta a renovação da bolsa de comércio de Paris pelo arquiteto japonês Tadao Ando. O prédio histórico passará a abrigar a coleção Pinault de arte. Em sua união entre tradição e contemporaneidade, é uma forma de pensar na reconfiguração do passado para alcançar um novo futuro.
Essa foi a nova edição da newsletter do GTec. Compartilhe, divulgue e se inscreva para receber nossas novidades. A newsletter é enviada quinzenalmente.
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